O vereador Fernando Dini (PMDB) apresentou um Projeto de Lei na Câmara de Sorocaba para tornar obrigatório o teste da linguinha em recém nascidos no município. Segundo o vereador, o teste detecta, logo após o nascimento do bebê, se ele tem a língua presa e evita problemas no futuro.
Para elaborar o projeto, o vereador contou com a colaboração do Médico pediatra, Fábio Bozelli.
Para Bozelli, o teste é muito importante, pois, se a anquiloglossia (frênulo curto) não for detectada após o nascimento, os bebês terão problemas para mamar, sugar, engolir, mastigar e falar.
“Assim como o teste do pezinho, da orelhinha, do olhinho e do coração, detectam doenças que são tratadas antes das suas complicações, o teste da lingüinha será instrumento de enorme valor a saúde dos bebês”, afirma Bozelli.
De acordo com a presidente da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (SBFa), Irene Marchesan, o exame deve ser feito no primeiro mês de vida do bebê e se diagnosticado o problema a criança passa por um pequeno procedimento cirúrgico.
A intervenção chama-se frenectomia, ou pique, que consiste em um corte pequeno nesse pedaço de pele. O procedimento completo dura em média de dez minutos, não dói, embora possa causar desconforto, mas a criança não precisa ficar internada.
No Projeto de Lei de autoria do vereador Dini, os pais devem encaminhar o recém nascido às Unidades básicas de saúde do Município para que seja realizado o teste.
O pediatra Fábio Bozelli, informa ainda, que para a realização do teste não são necessários instrumentos sofisticados, apenas orientação teórica e prática aos profissionais da saúde (médicos, enfermeiros, fonoaudiólogos).
A fonoaudióloga Roberta Martinelli, criadora do exame, explica que não existem estudos recentes para estimar o número de pessoas que têm a língua presa, mas uma pesquisa da Universidade de Cincinnati, nos Estados Unidos, de 2002, constatou que aproximadamente 16% dos bebês com dificuldades com a amamentação tinham a língua presa naquele país.
No Brasil, no ano passado, uma pesquisa feita com 100 bebês, em Brotas, constatou que 15% tinham alteração no frênulo. O Município foi o primeiro em implantar o teste.